Você sabia que de cada 10 empresas que você conhece, nove são familiares? Porém; nem sempre os profissionais estão preparados para lidar com a natureza desse tipo de empresa e as próprias escolas de administração ignoram a intensa influência das famílias nos negócios.
André Silveiro, especialista em Direito Empresarial e escritor de livro sobre o tema, sintetiza muito bem essa questão quando diz que “Deve-se entender que a empresa é da família, mas que não existe para a família.
Peter Drucker corrobora com essa ideia quando diz que a empresa e a família só sobreviverão e se sairão bem se a família servir a empresa, e não o contrário.
Além disso, nessa mistura de família e negócio há dois grandes equívocos que geram conflitos e desgastes que fazem com que apenas 30% das empresas familiares sobrevivam à mudança para a segunda geração!
Um destes equívocos é o fato de os pais acharem que os filhos devem compartilhar do mesmo sonho que eles e que irão naturalmente sucedê-los à frente do negócio.
O outro, dos filhos acharem que têm o direito e a competência necessária para participarem da gestão da empresa da família.
Em qual situação você se encontra?
Se você é o pai ou a mãe que sonha em ver o filho tocando a empresa no seu lugar cuidado, você pode estar impedindo a realização profissional do seu filho e ainda colocando o patrimônio da família em risco.
Por outro lado; se você é o filho que está nadando tranquilo em águas calmas porque não precisa construir uma carreira já que tem lugar garantido na firma do pai, é bom começar a remar e se preparar porque sua inércia pode colocar tudo a perder!
O fato é que os membros da família cabem dentro da empresa, mas há os lugares certos e compatíveis com suas capacidades e seus direitos.
Ou seja, é preciso ampliar a visão sobre o negócio familiar e enxergá-lo sob o aspecto das três dimensões: família/propriedade/gestão (método desenvolvido por John Davis e Renato Tagiuri).
Há que se compreender que o fundador não precisa estar na gestão para participar do negócio e o filho não precisa ser diretor executivo para poder participar dos resultados.
Dessa forma; é possível clarificar o papel e o interesse de cada um que compõe o sistema da empresa familiar.
É comum, em empresas familiares, que todos os membros ocupem cargos equivalentes. Mesmo que isso deixe o negócio menos eficiente e com menos resultado além correr o risco dos conflitos subirem a níveis irreversíveis!
Como garantir a sobrevivência do negócio, a preservação do patrimônio, a realização e a felicidade de pais e filhos e a manutenção de uma relação harmoniosa?
A resposta é: através de um plano de sucessão bem planejado e realizado no momento certo.
O plano de sucessão para sua empresa precisará ser construído sob medida considerando a relação familiar, o momento da empresa e as expectativas de cada membro.
Pais precisam ouvir seus filhos e compreender que eles têm pontos de vistas diferentes. Os filhos, por sua vez, devem respeitar a hierarquia e a autoridade de seus pais. E todos, é claro, precisam de uma grande dose de boa vontade e coerência!
Uma dica: se você já está sentindo os efeitos negativos da mistura entre família e negócio, tome a iniciativa e puxe essa pauta. Juntem-se para esboçar as ideias e expectativas individuais como quem vai planejar a casa dos seus sonhos. Depois, chame os “engenheiros e arquitetos de negócios” para colocar tudo isso de pé e fazer o projeto final.
Ter ajuda profissional nesse processo é fundamental para não deixar a casa ruir. Pense nisso e inicie enquanto ainda houver saúde, recursos e abertura para o diálogo!
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