Começar um negócio do zero, superar todas as fases de desenvolvimento e conseguir se manter vivo num mercado competitivo e instável, é bem desafiador. Agora, se for fazer isso tudo em cima do salto, meu amigo, pode tranquilamente dobrar o desafio. Sim, além das competências e habilidades empreendedoras, nós mulheres, ainda precisamos lidar com o estigma de que não somos tão competentes quanto os homens no mundo dos negócios, que estamos mais para golfinhos do que tubarões. Mas afinal, será que tem algo de ruim nisso?
As mulheres ainda encontram barreiras importantes para superar no ambiente empresarial, sem dúvida. Neste sentido, nossa média salarial ainda é mais baixa que a do homem e ainda precisamos “provar” competência e dedicação para subir aos cargos mais altos. No entanto, também já sabemos que nossa sensibilidade, intuição e cooperação estão mudando a forma de empreender e fazer negócios, e isto está transformando para melhor não só o mundo empresarial como também a sociedade!
Talvez o ponto chave da percepção de que somos menos competentes nos negócios, esteja relacionado aos motivos pelos quais as mulheres empreendem. Esses motivos são, em sua maioria, diferentes dos motivos masculinos.
Pesquisas sobre empreendedorismo feminino apontam que as mulheres se motivam mais pela satisfação pessoal e pela possibilidade de fazer a diferença na sociedade. Isso poderia realmente parecer algo patético e fútil lá nas décadas de 80 e 90, mas totalmente aderente aos tempos atuais, onde homens e mulheres buscam – com ou sem terapia – por propósito e qualidade de vida, não é mesmo?
No entanto; apesar dos desafios dobrados enfrentados pelas mulheres empreendedoras como a falta de incentivo da própria família, a jornada múltipla, o preconceito e até taxas de juros mais altas (Fonte: GEM 2018), elas seguem atrás da sua independência financeira e satisfação pessoal, empreendendo em mercados onde elas têm mais afinidade e conhecimento, como: beleza, moda e alimentação. E não é por acaso que nesses segmentos têm surgido muita marca inclusiva, sustentável e com responsabilidade social.
Apesar de não sermos tão autoconfiantes e agressivas quanto os homens de negócios, da nossa jornada múltipla nasceram habilidades que são essenciais na gestão de uma empresa e, de certa forma, o crescimento do empreendedorismo feminino no país se deve também a elas. Vou citar as principais:
– Planejamento: conseguimos fazer e administrar várias atividades e ações simultâneas;
– Gestão do tempo: resultante da necessidade de conciliar melhor nossas atividades profissionais e pessoais;
– Flexibilidade para resolver conflitos: nos ambientes empresarial e familiar;
– Capacidade de adaptação e resiliência;
Você tem dúvida que somando essas habilidades ao propósito que faz uma mulher empreender teremos um negócio de sucesso? Eu não tenho.
Mas e os tubarões? Não vão engolir esses golfinhos? Vou te dizer uma coisa, o mercado pode ser competitivo, instável, desafiador. Mas ele tem uma característica muito boa: tubarões e golfinhos têm espaço para nadar nele de braçada, cada um no seu ritmo.
Viva às mulheres empreendedoras!
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